Quando o assunto é prevenção de crimes, proteção patrimonial e pessoal, um dos elementos fundamentais são as câmeras de segurança. No entanto, o uso desse importante equipamento vem sendo feito de forma desordenada, sem planejamento e ausência de análise de risco. Em prédios residenciais, devido ao amadorismo como é tratado o tema segurança, encontramos os maiores absurdos. Entendo importante apontar os erros mais comuns praticados por síndicos:
- a) Câmeras mal posicionadas e que não auxiliam a portaria no controle de acesso de pessoas, veículos e mercadorias
- b) Utilização de equipamentos de baixa qualidade
- c) Aquisição de câmeras muito sofisticadas e caras para locais locais sem a mínima necessidade
- d) Infraestrutura de péssima qualidade que influencia negativamente a qualidade das imagens
- e) Excesso de câmeras na garagem e falta em áreas prioritárias para a segurança
- f) Quantidade de câmeras instaladas em excesso ou em número inferior ao ideal
- g) Ausência de manutenção preventiva e periódica, o que leva o sistema de CFTV a não funcionar de maneira eficiente
Após entrevistar dezenas de porteiros de condomínios verticais e horizontais, ficou claro que eles raramente focam no monitor de vídeo. O uso das imagens quase que se restringe a dirimir alguma dúvida na liberação de entrada de pessoas ou veículos. Durante o trabalho de pesquisa, identifiquei alguns motivos que levam os porteiros a não fazer uso mais constante das imagens ofertadas pelas câmeras de segurança:
1) Imagens de péssima qualidade desestimulam a atenção
2) Posicionamento do monitor de vídeo é fundamental. Muitas vezes, em razão do pequeno espaço da guarita, o monitor é encaixado em lugar muito alto ou baixo demais. Como o porteiro não tem visão do monitor na altura natural do olhos, acaba que não focando sua atenção.
3) Atendimento do interfone, abertura dos portões de veículos e pedestres, recebimento de mercadorias e etc, assoberbam o funcionário da portaria e impedem sua atenção às imagens de câmeras
4) Não podemos ignorar que focar atenção no smartphone é mais prazeroso que visualizar as imagens monótonas do CFTV. Recentemente, um zelador que trabalha em prédio na região de Higienópolis/SP, foi categórico em dizer que os funcionários orgânicos na portaria eram ótimos, até surgir o aplicativo WhatsApp Minha experiência de quase 20 anos como pesquisador criminal na área de condomínios residenciais e comerciais, trouxe as seguintes conclusões:
- A) Síndicos não têm expertise para determinar o número de câmeras ideal para o empreendimento e nem o posicionamento correto
- B) Empresas de segurança eletrônica entendem bastante sobre equipamentos e forma de instalação, mas carecem de conhecimentos na esfera de segurança patrimonial, e por isso, geralmente, apresentam ao cliente orçamento e não projeto de segurança
Conceitos na esfera de segurança privada foram alterados em razão da sofisticação dos equipamentos de segurança eletrônica, notadamente as câmeras de segurança. Atualmente, em muitos projetos de segurança para prédios, lojas, indústrias, hospitais, shoppings e fábricas, a mão de obra de vigilância é drasticamente reduzida em razão do incremento no investimento em equipamentos eletrônicos. A substituição do fator humano por equipamentos não se faz somente buscando economia; os resultados são inequívocos ao apontar que o nível de segurança aumenta sobejamente nesses casos. Portanto, quando se tem um Projeto de Segurança englobando equipamentos físicos, eletrônicos, softwares, normas, aplicativos e procedimentos, a fórmula é: + EQUIPAMENTOS/SISTEMAS – MÃO DE OBRA + SEGURANÇA