Uma nova modalidade de se pedir dinheiro nas ruas foi institucionalizada no Brasil. Principalmente nos semáforos movimentados das grandes capitais, a arte do malabarismo, tem sido praticada na faixa de pedestre.

Após a exibição, normalmente usando fogo para impressionar os motoristas, os pretensos “artistas” vão passando um chapéu esperando algumas gorjetas. Alguns condutores com medo, fecham os vidros e rezam para não serem assaltados. Outros motoristas não se sentem ameaçados, ofertam moedas e chegam até a bater um rápido papo com aquela pessoa que o distrai por alguns segundos.

Já tive a oportunidade de presenciar esse tipo de abordagem de cunho artístico em Curitiba e Recife, sendo certo que em várias ruas da capital paulista, é intensa a presença dos malabaristas. Meu trabalho de pesquisa criminal é intenso e incessante e na semana passada acabei descobrindo duas modalidades novas de abordagem aos motoristas “presos” nos faróis.

Preste atenção:

1) O sinal ficou vermelho e no momento em que os primeiros veículos aproximam-se da faixa de pedestre, surge o malabarista e começa sua exibição com tochas de fogo. Naquele momento todos os condutores fixam seu olhar no “artista” e não percebem que outro individuo passeia por entre os carros despretensiosamente. Repentinamente o malandro visualiza um bolsa feminina ou uma pasta masculina encima do banco do automóvel. Com a rapidez de uma cobra venenosa, dá o bote mortal, aproveitando a distração do condutor e o fato de o vidro estar aberto.

 

2) O semáforo apresentou a placa de pare e o motorista descuidado parou seu carro na posição que chamo de “fole position”, ou seja, é o primeiro da fila, rente a faixa de pedestre. O show na sua frente é iniciado. Tochas fumegantes rodam nos áreas encantando o motorista. Repentinamente o pior acontece: uma das tochas vem a cair sob o capo do veiculo. O motorista apavorado, desce do carro com o intuito de apagar o fogo. Nesse instante, um marginal, aparentando ser menor de idade, abre sorrateiramente a porta de seu carro, subtraindo seu notebook e uma pasta 007.

Meu falecido pai, sempre alertou os filhos para terem cautela e desconfiança com a abordagem de pessoas estranhas nas ruas. Ele falava isso há quase 30 anos. Imagina hoje. Portanto, cuidado para não se “queimar” com os artistas do fogo.