Muitos prédios não possuem uniformização de procedimentos e assim cada morador decide por si só como se portar, mesmo morando em comunidade.

Debates infindáveis e calorosos ocorrem em reuniões de condomínios, quando o assunto é segurança. Alguns moradores querem defender sua comodidade, ao invés de desejar a segurança de todos. A título de informação vou enumerar alguns procedimentos que acabam atrapalhando e muito o trabalho da portaria e, por conseguinte, abrindo brechas para a ação de marginais.
1) Recebimento de mercadoria: Alguns moradores entendem que o entregador (ex: pizza) deve entrar no prédio e fazer a entrega na porta do apartamento. Principalmente no período noturno, o morador, já de pijama, não quer ter o trabalho de ter que trocar suas vestes e dirigir-se a portaria do prédio. O frio, o calor, a chuva, a preguiça, enfim, vários podem ser os motivos para que o morador não deseje sair do aconchego do seu lar. O engraçado, é que todos os moradores de casas, são obrigados a atender o entregador na porta da rua, pois poucas pessoas tem empregados domésticos no período noturno, que possam fazer por eles.

2) Visitantes: É natural que qualquer visitante se aborreça em ter que passar por um sistema de controle de acesso. É necessário que o responsável pela portaria, identifique a chegada do visitante, verifique se há autorização do morador para entrada, solicite documento com foto, registre o horário de entrada e saída, enfim, tome todas as cautelas possíveis, para não ser ludibriado.
Ocorre que, muitos moradores, acham todo esse processo desnecessário, pois seu convidado é pessoa idônea e de boa índole. A questão não é essa. A função da portaria é controlar a entrada de pessoas e principalmente impedir o ingresso de pessoas não autorizadas. Vamos a um caso concreto.

Caso Verídico: A estudante M.C.T. de 19 anos, moradora do apartamento 34, tinha o habito de receber o namorado V.S.M., de 23 anos em seu prédio. Irritada por ter que autorizar a entrada do namorado, após 6 meses de relacionamento, brigou com o porteiro, ordenando que não mais interfonasse e liberasse a entrada, sem necessidade de autorização. O funcionário, com receio de perder o emprego, passou a liberar a entrada de V.S.M., sem solicitar nenhum tipo de autorização. Após 1 ano, a estudante terminou o relacionamento. Inconformado, o ex-namorado acionou o interfone e o porteiro assegurou sua entrada. Transtornado, o rapaz subiu ao apartamento da estudante, que inadvertidamente abriu a porta, pensando que era o vizinho. M.C.T. foi agredida violentamente, sofrendo traumatismo craniano.

3) Vagas para veículos de visitantes na garagem: Geralmente, quando vamos fazer uma visita a um amigo que mora em casa, estacionamos o carro na rua e dirigimo-nos a pé a porta de entrada da residência. Em prédios deveria ser da mesma forma, mas infelizmente não é bem assim. Vamos criar uma situação hipotética: Imagine um prédio, com 52 apartamentos, com duas vagas na garagem para cada unidade. Como sobraram 5 vagas, uma reunião foi convocada para discutir se visitantes deveriam ter acesso à garagem. 85% dos moradores chegaram a seguinte conclusão: ”A entrada de veículos estranhos ao prédio para utilização das vagas de visitantes, atrapalharia e muito o trabalho do único porteiro, abrindo um campo fértil para a entrada de marginais”. Essa é a posição mais sensata, mas 15% dos presentes alegavam que não seria educado deixar o visitante estacionar o carro na rua.