Nosso mundo está em crise. O medo está presente o tempo todo. Os problemas crescem mais rápido que as soluções. A violência predomina em nosso dia a dia e nos faz temer o futuro. Os efeitos colaterais dos distúrbios sociais, infelizmente, se refletem no seio familiar, dificultando a convivência. As drogas rondam nossos lares à espera de uma oportunidade para aniquilar sonhos e destruir corações. Escrevi este texto em 1999, quando lancei meu primeiro livro, intitulado “Como Conviver Com a Violência”, em coautoria com o médico Lair Ribeiro. Na contra capa, fizemos questão de inserir poema do escritor Eduardo Alves da Costa, que foi redigido na década de 60 e que diz muito sobre o quadro caótico que vivemos no Brasil ainda hoje: “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada… Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”. Mais de 15 anos se passaram e a criminalidade avançou tanto que todas as famílias brasileiras têm pelo menos algum parente vitimado pela trágica e impiedosa violência urbana. As leis penais, ao invés de endurecerem para coibir tal situação, trouxeram ainda mais benefícios aos criminosos e nenhuma garantia às vítimas. Os bandidos estão se unindo, agindo em grupos para serem mais letais e impedir qualquer resistência. As polícias continuam divididas e setorizadas e o judiciário……. distante. A democracia parece mais um balcão de negócios, onde o interesse escuso se materializa na propina, fazendo com que o dinheiro e o interesse público escorreguem pela canalização privada. Mas qual é a esperança daquele que acredita em dias melhores? Bem, podemos ser campões no futebol!