Muitos moradores acreditam que ter em seus prédios porteiros com 10, 12 ou 15 anos de trabalho é sinônimo de segurança.
Será? Creio que não!
No mês de maio/2016 foi largamente anunciado pela mídia uma sequência de invasões a condomínios na região de Higienópolis/SP.
O ladrão, que aparenta 20 anos de idade, costuma trajar roupa social de cor escura, usa quipá (cobertura religiosa de uso judaico) e com sotaque estrangeiro se faz passar por judeu. Síndicos disseram que ele convence os funcionários da guarita a abrirem o portão dizendo que vai visitar um rabino ou apenas entregar em mãos documento da sinagoga. Após o ingresso no edifício, ele perambula pelos andares e arromba diversas portas usando chave de fenda.
Uma das vítimas disse à reportagem que o ladrão subtraiu cerca de R$ 500 mil em joias e equipamentos eletrônicos de diversas unidades; informou, ainda, que:
“Ele é esperto, não se intimida e fala como os rabinos, com sotaque meio americanizado, conseguindo, assim, enganar porteiros menos atenciosos. E o pior, continua em liberdade, agindo ativamente e sem qualquer constrangimento”.
Mas por que os funcionários das portarias têm autorizado sua entrada sem antes perdir autorização dos moradores?
É importante compreender que os porteiros trabalham em espaço pequenino e solitariamente. Para complicar, enfrentam temperaturas frias e quentes, além de que, em 80% do tempo, esses profissionais não têm o que fazer. Essa monotonia, aliada ao cansaço e o estresse do dia a dia, acaba tirando a concentração, a percepção e a atenção desses colaboradores.
Muitos condôminos reclamam que por diversas vezes pegaram seus porteiros dormindo, mesmo de dia! Conforme acabei de explicar, o tipo de trabalho realizado realmente leva à sonolência.
Será que o leitor conseguiria ficar sem pestanejar durante diversas horas de trabalho noite adentro, em condomínio residencial, onde o movimento de pessoas e veículos é praticamente inexistente?
Portanto, somente com investimento em equipamentos eletrônicos para controlar acessos de carros e veículos e monitorar colaboradores, além de treinamento e capacitação dos porteiros, é possível aumentar a segurança do local e, consequentemente, minimizar risco de liberação de entrada de pessoas não autorizadas.