Com muita frequência, síndicos de condomínios residenciais e comerciais realizam investimentos em equipamentos e serviços na área de segurança e após alguns meses os resultados esperados não acontecem. É aí que a coisa pega e, como consequência, os problemas com moradores começam a pipocar.
Vamos a alguns exemplos recorrentes:

A) Equipamentos eletrônicos perimetrais que constantemente apresentam alarme falso e por isso caem em descrédito
B) Imagens geradas por sistemas de câmeras que não apresentam nitidez
C) Portões de garagem automatizados novos mas extremamente lentos
D) Vidros blindados instalados em guaritas e que apresentam de laminação ou até trincas que surgem em menos de 1 ano
E) Empresa de terceirização contratada onde a rotatividade dos colaboradores é grande e o serviço de supervisão pouco presente.

Para destrinchar esse polêmico assunto, apresento pergunta importantíssima:

De quem é a responsabilidade de uma má contratação num condomínio?

A regra é clara:

Todo comprador é responsável pela compra realizada e nesse caso quem ficará na berlinda é o síndico do local.

Mas por que muitos síndicos gastam de maneira errada ou equivocada?
Temos a plena certeza que o administrador deseja sempre acertar, mas muitos vezes isso não acontece por alguns fatores que passo a elencar:

Amadorismo: Diariamente, os síndicos têm que tomar decisões importantes em áreas completamente distintas. Para tanto, solicitam suporte jurídico, administrativo e fiscal de profissionais habilitados. Mas quando o assunto é a segurança do condomínio, o síndico se socorre a quem? Muitos se acham entendidos do tema “segurança” e começam a gastar com base no “achismo”, sem ouvir ninguém. Outros mais cautelosos, criam a chamada “comissão de segurança”, formada por 3 ou 4 moradores, geralmente, os mais interessados nesse tema específico, mas que não possuem tempo disponível para se envolver na questão. Com essa metodologia, corremos o risco de termos o que chamo de “hipnólogos”, que entendem de tudo, mas na verdade não possuem certeza de quase nada.

Preço Baixo: Muitos administradores querem mostrar serviço com a chancela de redução de custos. Para tanto, saem no mercado em busca do produto ou serviço “bom, bonito e barato”. Ao mostrar os diversos orçamentos levantados, se gabam de terem encontrado preço baratinho e com incrível facilidade de pagamento. Particularmente, quando vou ao shopping, por exemplo, não procuro a camisa mais barata, pois sei que a qualidade, durabilidade, corte, design e etc, não irão me agradar. Também não procuro a loja mais chique, pois dou valor ao dinheiro ganho com suor do trabalho. Procuro uma vestimenta que atenda minhas necessidades e que possua “preço justo”.

O bom, bonito e barato só existe no mundo da fantasia ou em empresas que faliram pois escolheram a política de preço baixo como diferencial no mercado!

Somente com “preço justo” a relação entre comprador e vendedor será equilibrada e saudável. Você acha que o comprador que insiste em preço mais baixo se contenta com qualidade de serviço inferior?
É óbvio que não! Ninguém quer comprar algo, por mais barato que seja, que não funcione ou não tenha durabilidade.
Síndicos vão encontrar no mercado basicamente 2 tipos de empresas:

I) Vendem Benefícios
II) Vendem Preço Baixo.

Devemos compreender que preço baixo significa margem de lucro pequenina, e é mais que claro que se a lucratividade for baixa os investimentos em qualidade serão pequenos. Administradores que procuram apenas orçamento mais baixo, deveriam refletir sobre três indagações:

1.Qual a lealdade da empresa que busca apenas ter preço menor que o concorrente?

2.Quem trabalha com preço mínimo vai conseguir fidelizar clientes por quanto tempo?

3.Qual justificativa o administrador vai dar ao receber reclamações dos moradores que o produto ou serviço contratado não presta e com isso está vulnerabilizando o condomínio?

Portanto, antes de qualquer aquisição, os síndicos devem buscar assessoria de analista de risco competente, que possa levantar todas as vulnerabilidades existentes no local a ser protegido e apresentar as melhores soluções de proteção física, eletrônica e de ordem procedimental. É importante ressaltar, que empresas competentes de equipamentos na área de segurança, antes de formularem orçamento, buscam primeiro realizar vistoria no local, com intuito de informar o cliente das reais necessidades.

Se alguma empresa se propor enviar orçamento sem sequer conhecer fisicamente seu condomínio, abra o olho; fatalmente você receberá orçamento realizado friamente por um programa de computador, que tem como foco apenas a venda e não a garantia de segurança.